"Vengeance is a lazy form of grief.", por incrível que pareça esta frase é do filme "The Interpreter". Fez-me pensar e tirá-la do contexto para a aplicar noutros aspectos da vida, pensei apenas num, mas cheguei à conclusão que se aplica a todos.
Foi dita num contexto de morte, mas aplica-se a todas as formas de dor. Quando perdemos alguém querido, não apenas pela morte, a maneira mais fácil de lidar com isso é culpar alguém e, quando esse alguém não somos nós próprios, a vingança parece-nos de imediato a melhor forma de repor a justiça. Gritamos, esperneamos, acusamos, procuramos de algum modo minimizar a nossa dor à custa da dor de alguém, mas, se formos pensar bem naquilo que já vivemos, pessoas como eu, quando a nossa dor deveria estar a abrandar porque o/a "culpado" está a sofrer, damos por nós a estender-lhe a mão, sentimo-nos mal, responsáveis pela dor dessa pessoa porque a desejámos numa altura de grande sofrimento, não faz mais sentido e a dor não passa assim.
Não digo que consigamos desejar o melhor do mundo ao "responsável" pela nossa dor, deixemos isso a pessoas de uma grandeza extrema que provávelmente nunca amaram ninguém mais do que a todos os outros. Mas, de nada nos serve o mal do "culpado", após a inevitável satisfação momentânea d' "a justiça feita", a dor continua se nada fizermos, dentro de nós, por nós, para a superar com coisas boas. Parece utópico, mas não é... Quantas vezes não demos por nós a dizer "...ainda bem que aconteceu daquela forma, cresci, amadureci, e encontrei na vida coisas que de outra forma não teriam aparecido na minha vida."
Coisas essas que nos podem vir a magoar tanto ou mais do que aquela dor insuportável que desencadeou este processo.
Somos tudo menos santos, mas é tão verdade que a vingança é um sentimento humano, como a capacidade de perdoar, e procurar o melhor da vida para lidar com a dor.
Então, porque optamos tantas vezes pelo caminho mais fácil? Porque somos preguiçosos? Acho que não, apenas dói mais tentar lidar com a dor através das coisas boas e, de certeza, que não nos dá a satisfação imediata que uma boa vingança nos pode proporcionar, por mais efémera que seja essa satisfação.
Então, porque optamos tantas vezes pelo caminho mais fácil? Porque somos preguiçosos? Acho que não, apenas dói mais tentar lidar com a dor através das coisas boas e, de certeza, que não nos dá a satisfação imediata que uma boa vingança nos pode proporcionar, por mais efémera que seja essa satisfação.
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