E se o teu mundo,de repente, se torna maior do que tu? Se tudo o que conheces assume proporções que não consegues sequer identificar. A noção de controle desaparece e fico sempre com a sensação de impotência perante todas as enormidades. As acções têm consequências mais rápidas e maiores do que alguma vez calculaste. Tudo o que fazes, é sempre pequeno demais. Como se, de um momento para o outro, um espirro fosse um tornado e o lenço, sempre pequeno demais, voa com o resto.
Às vezes, o teu ser é maior que o teu corpo e só queres voltar a ser pequeno.
Às vezes o que fazes não tem volta e o caminho que sigo só pode ser o correcto, porque, se não for, o mundo deixa de ser o teu.
Perco o sentido anterior, o fio condutor, a melodia que pautava a vida. Tudo o que era antes, deixa de ser, e as prioridades invertem-se. As tuas importâncias são meros pormenores nas vidas que são, no fundo, as tuas e se regeram , até aqui, pelas mesmas proporções.
Deixo de ter pernas, tudo é mais rápido que eu, até o tempo, que apenas tem efeito nos outros. Todos te fogem, e mudas de óculos, na esperança que as lentes te estejam a cegar, todos se regem pelas mesmas regras e o teu mundo é maior, ou menor, com uma certeza, não é igual e vês o mesmo.
Tens que tentar perceber aquilo que não consegues sequer identificar.
E tudo continua, sem sequer te perguntar se estás pronto, ou pelo menos se sabes onde pisas.